terça-feira, 20 de maio de 2008

O avião não caiu: a culpa é de quem?

Estou no trabalho, um pouco sem tempo, mas não poderia deixar passar.
A Globonews, canal de jornalismo 24h das Organizações Globo, deu hoje a maior barrigada (um fora mesmo - ou uma 'rata') do ano.
Mal avistaram um canudo de fumaça em um prédio no bairro de Moema, em São Paulo que mandaram direto: Avião da empresa pantanal cai em prédio comercial de São Paulo.
Pânico geral nas redações.
Afinal, como pode - menos de um ano depois da tragédia da TAM e de dois anos da tragédia da GOL - cair mais um avião no Brasil?
Será o fim dos tempos?
Logo hoje! E logo comigo - que morro de medo de voar - e amanhã vou entrar naquele monte de lata voadora?
Pois bem. A Globonews derrubou o avião da Pantanal.
Por pelo menos meia hora.
Não fizeram o básico que aprendemos no jornalismo.
Antes de dar a notícia, apurar os fatos!
Não apuraram.
É o desespero da luta pela audiência.
O pior é que a concorrente direta - Record News - embarcou nessa.
E também derrubou o avião da Pantanal.
Até a CNN noticiou a queda nos Estados Unidos.
E a grande tragédia anunciada não passou de um incêndio que sequer vitimou alguém.
Teria sido um incêndio causado pela explosão de um botijão de gás.
Não sei se a apuração também é verdadeira.
Se for isso mesmo, menos mal.
Pra mim e pra todos os brasileiros.
Mas tenho a impressão que a mídia sensacionalista até gostaria que fosse mais um acidente aéreo de grandes proporções.
Iria segurar o noticiário e render bons números no ibope.
Afinal, o caso Isabella Nardoni já não rende mais tantos furos e pisadas na bola.
Ah, só pra lembrar que, já que o avião não caiu, a culpa não é do governo!

sábado, 17 de maio de 2008

CRUEL: essa tal de dança moderna

Acabo de chegar do Teatro Nacional, em Brasília, onde assisti, na sala Villa Lobos, à apresentação da Cia. de Dança Deborah Colker.
O espetáculo tem o nome de 'Cruel'.
Já havia visto o Grupo Corpo, de Minas Gerais. E gostei muito. Por isso fui com uma certa expectativa.
No mês passado, quando estreou no Rio de Janeiro, a coreógrafa que dá nome à Cia. disse à Folha Online "que não é um espetáculo sobre a crueldade em si. É um olhar cruel sobre temas como amor e família. Tudo começa em um baile onde as pessoas se encontram. A trilha é intensa e emocionante".
Pois bem. Fui ver a dança. Essa tal de dança moderna. E confesso que não saí impressionado.
Tenho certeza que vou ser bombardeado aqui.
Afinal, como um jornalista com um nível cultural razoável pode dizer uma coisa dessas?
É a pergunta que muitos vão fazer.
Mas o fato é que eu sou mesmo um ignorante quando o assunto é dança moderna.
É claro que o cenário (Gringo Cardia) é bonito, os dançarinos (ou bailarinos?) cumprem bem o papel de se contorcer no palco.
Eles sobem e descem de quatro espelhos giratórios, rolam pelo chão, se digladiam sobre (e sob) uma mesa com pratos e facas.
Se o espectador não levar um lanchinho, vai sentir fome nessa hora.
Em outros momentos - se for como eu - vai dormir.
É isso mesmo. Confesso que dormi durante boa parte do espetáculo.
A culpa também é da música (Berna Ceppas e Kassin).
Funcionou como uma sessão de musicoterapia.
Pelo menos foi assim na primeira parte da apresentação.
Mas gostei da luz (Jorginho de Carvalho). Colaborou para a cochilada.
Tudo bem. Eu não entendo nada dessa arte mesmo. Sou um ignorante.
Por isso, confesso: senti falta de um xote e um baião pra animar...

domingo, 11 de maio de 2008

Inauguração

A obra ainda não está completamente pronta.
Mas como é praxe neste país-com-investment-grade, decidi inaugurá-la.
Afinal, quero conquistar alguns eleitores, digo, leitores pra me ajudar a concluir a obra.
Aqui, como sugere o título do blog, todos podem falar nada sobre tudo ou tudo sobre nada.
A proposta é fazer uma salada de assuntos.
Da política à culinária. Do cinema à escatologia. Do profano ao sagrado. Da literatura. Da música.
Da burrice. Da educação. Da falta dela...
Manda ver!